Uma educação para a sustentabilidade ambiental
O modelo de desenvolvimento econômico, ao longo do tempo, desencadeou diversos problemas
ambientais, culturais e sociais, provocando a crise que conhecemos. A degradação ambiental, o risco de colapso ecológico e o avanço da desigualdade e da pobreza são sinais eloquentes desta crise.
Um novo olhar
Buscar novos modelos de desenvolvimento econômico é induzir um novo olhar sobre o meio ambiente, o ser humano e a sociedade. É permitir olhar o todo, enquanto sistema complexo. Nesta ótica, as partes devem ser percebidas interligadas, pois são estas conexões que permitem o que denominamos de vida.
As mudanças no modelo de desenvolvimento impõem prioritariamente mudanças de percepção, atitudes e valores. E mudanças na própria estrutura da sociedade contemporânea. Estas mudanças não acontecerão distantes do processo educativo, pois a educação, enquanto processo construtor de conhecimento e formador de cidadãos e cidadãs, objetiva principalmente proporcionar transformação.
Como o processo educativo deve partir da realidade do ser humano, a Educação Ambiental deve estar presente tanto na educação formal quanto na informal, ou seja, em todos os segmentos da sociedade e em todos os níveis da educação, conforme propõe a Constituição Federal e a Lei 9795/99, que instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental. Deve ter como princípio a sustentabilidade ambiental, a ética do cuidado e precaução, entendendo que a sustentabilidade também se aplica ao ser humano e à sociedade humana, enquanto parte integrante do meio ambiente.
Mas o que denominamos de sustentabilidade ambiental e/ou social? Sustentabilidade corresponde ao respeito à capacidade de suporte dos sistemas. Todo e qualquer sistema, seja ambiental, económico ou social, apresenta um limite que deve ser considerado ao planejarmos e/ou executarmos determinada ação. Vejamos exemplos: a mata Atlântica e o ouro em Serra Pelada foram explorados sem considerar a capacidade de suporte. Resultado: restam menos de 10% desta mata e em Serra Pelada sobrou uma imensa área degradada.
Educar para o cuidado
Este processo educativo não deve ser considerado exclusivo do ambiente escolar, pois todos os cidadãos têm direito à Educação Ambiental. Como também têm o dever, enquanto parte integrante do meio ambiente, de ser um educador ambiental. Isto requer formação adequada dentro e fora do ambiente escolar. Não precisa ser pesquisador ou cientista, mas um cidadão que conhece as leis ambientais, que as respeite e seja sensível.
Educação Ambiental pressupõe vencer desafios, como rompimento de paradigmas, conviver com a diferença, superar a sociedade do ter, adoção dos princípios da precaução, da sustentabilidade e da solidariedade em nossos planejamentos e ações e exercício contínuo da cidadania.
Ao vencer estes desafios, estaremos construindo uma sociedade humana, solidária, feliz e de paz. Uma utopia? Depende do conceito de cada um. Para mim, um sonho difícil, mas possível de alcançar. Para alcançar os nossos sonhos precisamos vencer desafios; para vencer desafios precisamos dar o primeiro passo.
Fonte: Revista Mundo jovem - Abril de 2008. (pág.18)
O modelo de desenvolvimento econômico, ao longo do tempo, desencadeou diversos problemas
ambientais, culturais e sociais, provocando a crise que conhecemos. A degradação ambiental, o risco de colapso ecológico e o avanço da desigualdade e da pobreza são sinais eloquentes desta crise.
Os problemas ambientais e sociais vivenciados atualmente demonstram a falência do atual modelo de desenvolvimento. Isto pressupõe mudanças urgentes e um novo modelo de desenvolvimento e de sociedade. Estamos no limite do nosso consumo, comprometendo a capacidade de suporte da biosfera. Diferentemente de outros seres vivos, a relação do ser humano com a natureza não ocorre de forma simbiótica. Agimos como parasitas imprudentes, exploramos nosso hospedeiro até a morte.
O desenvolvimento tecnológico não resolveu o problema da pobreza, mas intensificou a injustiça social. A rota de colisão com a natureza e o consequente aumento da destruição dos recursos naturais passou a ocorrer de maneira mais acelerada, originando cenários antônimos: de um lado grandes proezas tecnológicas, do outro miséria e insegurança; de um lado desperdício de alimentos, do outro fome; de um lado desperdício de água, do outro pessoas rezando e caminhando quilómetros por um pouco de água limpa ou caçando água das nuvens do céu, como ocorre no deserto de Atacama (norte do Chile).
O desenvolvimento tecnológico não resolveu o problema da pobreza, mas intensificou a injustiça social. A rota de colisão com a natureza e o consequente aumento da destruição dos recursos naturais passou a ocorrer de maneira mais acelerada, originando cenários antônimos: de um lado grandes proezas tecnológicas, do outro miséria e insegurança; de um lado desperdício de alimentos, do outro fome; de um lado desperdício de água, do outro pessoas rezando e caminhando quilómetros por um pouco de água limpa ou caçando água das nuvens do céu, como ocorre no deserto de Atacama (norte do Chile).
Um novo olhar
Buscar novos modelos de desenvolvimento econômico é induzir um novo olhar sobre o meio ambiente, o ser humano e a sociedade. É permitir olhar o todo, enquanto sistema complexo. Nesta ótica, as partes devem ser percebidas interligadas, pois são estas conexões que permitem o que denominamos de vida.
As mudanças no modelo de desenvolvimento impõem prioritariamente mudanças de percepção, atitudes e valores. E mudanças na própria estrutura da sociedade contemporânea. Estas mudanças não acontecerão distantes do processo educativo, pois a educação, enquanto processo construtor de conhecimento e formador de cidadãos e cidadãs, objetiva principalmente proporcionar transformação.
Como o processo educativo deve partir da realidade do ser humano, a Educação Ambiental deve estar presente tanto na educação formal quanto na informal, ou seja, em todos os segmentos da sociedade e em todos os níveis da educação, conforme propõe a Constituição Federal e a Lei 9795/99, que instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental. Deve ter como princípio a sustentabilidade ambiental, a ética do cuidado e precaução, entendendo que a sustentabilidade também se aplica ao ser humano e à sociedade humana, enquanto parte integrante do meio ambiente.
Mas o que denominamos de sustentabilidade ambiental e/ou social? Sustentabilidade corresponde ao respeito à capacidade de suporte dos sistemas. Todo e qualquer sistema, seja ambiental, económico ou social, apresenta um limite que deve ser considerado ao planejarmos e/ou executarmos determinada ação. Vejamos exemplos: a mata Atlântica e o ouro em Serra Pelada foram explorados sem considerar a capacidade de suporte. Resultado: restam menos de 10% desta mata e em Serra Pelada sobrou uma imensa área degradada.
Educar para o cuidado
Este processo educativo não deve ser considerado exclusivo do ambiente escolar, pois todos os cidadãos têm direito à Educação Ambiental. Como também têm o dever, enquanto parte integrante do meio ambiente, de ser um educador ambiental. Isto requer formação adequada dentro e fora do ambiente escolar. Não precisa ser pesquisador ou cientista, mas um cidadão que conhece as leis ambientais, que as respeite e seja sensível.
Educação Ambiental pressupõe vencer desafios, como rompimento de paradigmas, conviver com a diferença, superar a sociedade do ter, adoção dos princípios da precaução, da sustentabilidade e da solidariedade em nossos planejamentos e ações e exercício contínuo da cidadania.
Ao vencer estes desafios, estaremos construindo uma sociedade humana, solidária, feliz e de paz. Uma utopia? Depende do conceito de cada um. Para mim, um sonho difícil, mas possível de alcançar. Para alcançar os nossos sonhos precisamos vencer desafios; para vencer desafios precisamos dar o primeiro passo.
Fonte: Revista Mundo jovem - Abril de 2008. (pág.18)
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